A Santa Casa de Campo Grande receberá mais de R$ 54 milhões em repasses para quitar salários atrasados e o 13º de médicos e funcionários. O anúncio foi feito ao fim da noite desta segunda-feira (29) pela prefeita Adriane Lopes (PP), após reunião no Compor (Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica) do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que contou com representantes do Estado, do município e da direção do hospital. O aporte integra recursos do governo estadual, da Prefeitura de Campo Grande e da bancada federal. Segundo a prefeita, o objetivo é garantir o pagamento imediato dos profissionais e evitar paralisação dos serviços da unidade, que já sofre com atrasos e descontinuidade de atendimentos. “Passa das 23 horas. Acabou recentemente a reunião no Ministério Público para solucionarmos um problema pontual que estamos vivenciando em Campo Grande, com a paralisação desse hospital, que é tão importante. Estamos rigorosamente em dia com os pagamentos da Santa Casa, mas estamos passando um recurso novo, somando as ações e recursos do Estado, da bancada federal e do município de Campo Grande, mais de 54 milhões para o pagamento dos salários, de 13º salários, dos médicos e funcionários da Santa Casa, para que não paralise.”, afirmou Adriane Lopes em publicação nas redes sociais. No entanto, Adriane não apresentou o detalhamento de valores que serão repassados ao hospital. Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação do MPMS informou que os detalhes do novo acordo serão divulgados na manhã desta terça (30). O Campo Grande News ouviu de fontes próximas que o repasse do Governo do Estado chega a R$ 14 milhões divididos em quatro parcelas mensais de R$ 3,5 milhões, além de R$ 9 milhões destinados especificamente ao pagamento do 13º salário de médicos e colaboradores. Já a Prefeitura de Campo Grande, por sua vez, ficará responsável o custeio de R$ 5,2 milhões, divididos em quatro pagamentos que beiram R$ 1,3 milhão mensais. O município também vai repassar R$ 10 milhões entre fevereiro e março. Por fim, sobram as emendas parlamentares federais, que somam R$ 16 milhões. Histórico - A crise financeira da Santa Casa se estende há meses e afeta médicos contratados tanto como PJ (Pessoa Jurídica) quanto CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), além de outros funcionários. Mais cedo, médicos PJ participaram de reunião com o Sinmed (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) e parlamentares da bancada federal para discutir atraso de até seis meses nos pagamentos. Na ocasião, foi apresentada uma contraproposta que prevê pagamento de três competências em janeiro, duas em fevereiro e duas em março, envolvendo especialidades estratégicas como ortopedia, anestesiologia, urologia, nefrologia e cirurgia cardiovascular. No fim da tarde e à noite, médicos CLT da Santa Casa realizaram assembleia para deliberar sobre o 13º salário. A categoria rejeitou por unanimidade a proposta da direção, que previa quitação apenas em 10 de janeiro de 2026. O sindicato informou ao Campo Grande News que acionará a Justiça nesta terça para garantir pagamento imediato, incluindo pedidos de bloqueio de verbas, fiscalização da folha médica e indenização por danos morais, com apoio do Ministério Público do Trabalho.
