Ao som de músicas que marcaram gerações, um grupo de dança de passinho transformou a Rua Barra Mansa, no Bairro Guanandi, em uma grande pista a céu aberto. O encontro, realizado em frente ao centro comunitário, fechou a rua e reuniu moradores e visitantes de outros bairros que arrasaram nos movimentos, em um resgate dos anos dourados das décadas de 70, 80, 90 e 2000. A movimentação aconteceu na última semana e chamou a atenção de quem passava pelo local. Nas redes sociais, vídeos do evento viralizaram e foram vistos por milhares de pessoas. No local, caixas de som, DJ, grupos de dança e muita gente animada deram vida ao bairro, que recebeu pela primeira vez um evento desse tipo. A iniciativa partiu de Júlio César Nascimento, que nasceu e foi criado no Guanandi. Mesmo não morando mais no bairro, ele segue frequentando a região e conhece bem os moradores. Segundo ele, a ideia surgiu justamente da vontade de levar entretenimento para o lugar. “O Guanandi estava precisando de um entretenimento ali dentro”, contou. Júlio explica que tentou desde o começo do ano viabilizar o evento e só conseguiu colocar a ideia em prática agora, no fim do ano. O encontro é conhecido como “paquera”, nome dado a essas reuniões que reúnem grupos de dança de vários bairros. Não participa apenas quem mora na região onde o evento acontece. “Junta todo mundo, os grupos, todos os grupos de dança, e vai juntando o pessoal. Não é só o povo do bairro, vem pessoal de fora também”, explica. No centro de tudo estão os passinhos, dançados ao som de músicas flashback cuidadosamente selecionadas. “É um som dançante pra o pessoal se mexer”, resume. Mesmo sendo a primeira edição no Guanandi, o resultado surpreendeu. Júlio admite que ficou apreensivo com a adesão do público. “Eu estava até com medo de não ir muita gente, mas graças a Deus o povo gostou e participou”, comemorou. Para ele, o sucesso mostra que a música das décadas passadas segue mais viva do que nunca. “O som está ativo e vivo ainda,” avalia. E o público também mudou com o tempo. Se antes a maioria era formada por pessoas mais velhas, hoje os mais novos também estão marcando presença. “Hoje em dia os mais novos estão indo. Está caindo no gosto do pessoal mais novo, de quem gosta mesmo da música flashback”, observa. A ligação de Júlio com esse universo vem de longe. Ele conta que viveu intensamente a época dos grandes bailes e guarda na memória festas marcantes da cidade. “Eu vivi essa época. Frequentava o Surian, o Ipê, Rádio Clube. Tem muita história boa”, relembrou. Foi dessa vivência que nasceu a vontade de se envolver mais com a cena musical. “Eu gosto muito de música, muito mesmo. Aí comecei a me envolver com o pessoal das músicas, com os DJs, conheci um monte e decidi entrar para esse meio”, contou. Animado com a repercussão, Júlio já planeja a próxima edição. Em fevereiro, a “paquera” deve voltar ao mesmo ponto do Guanandi. A ideia é repetir a dose, fechar a rua, reunir gerações diferentes e provar que o passinho e o flashback seguem firmes e resgatando memórias de um tempo que continua vivo na pista. Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial , Facebook e Twitter . Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui) . Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News .