Máscara com sangue menstrual vira tendência; entenda os riscos
A prática de aplicar sangue menstrual no rosto, conhecida como “máscara menstrual facial”, ganhou grande visibilidade nas redes sociais nos últimos meses e tem dividido opiniões entre internautas. Embora os entusiastas apresentem o método como uma alternativa natural de rejuvenescimento e autocuidado, especialistas alertam sobre os riscos à saúde.
O chamado “moon masking” consiste em espalhar o próprio sangue menstrual sobre o rosto ou outras partes do corpo, geralmente sem critérios definidos de quantidade ou tempo de aplicação. Para algumas adeptas, o ritual assume um caráter simbólico, ligado à reconexão com uma suposta “essência feminina” e à valorização do ciclo menstrual como fonte de poder e cura.
A tendência ganhou ainda mais visibilidade após a influencer Sarah Sol viralizar ao mostrar o procedimento em suas redes sociais. Segundo ela, a técnica seria uma forma “pura e fresca” de hidratar a pele.
Em uma das postagens mais compartilhadas, Sol escreveu: “Você quer o antigo segredo feminino para uma pele jovem e brilhante? Bem, agora você sabe qual é. Sai daí de baixo… bem entre suas pernas”. A publicação impulsionou a prática, levando muitas mulheres a replicarem o método sem orientação profissional.
No entanto, especialistas ressaltam que não há nenhuma evidência científica de que o sangue menstrual aplicado diretamente na pele promova rejuvenescimento, brilho ou combate à acne.
A dermatologista Patrícia Ormiga, coordenadora do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro, reforça o alerta. “Pode haver bactérias que, dependendo das lesões que a paciente tiver no rosto, como uma espinha, ou um simples machucado, entram no organismo, causam uma dermatite, infecções, e até outros desdobramentos mais graves”, afirmou em entrevista ao GLOBO.
Parte da confusão em torno do tema surge da divulgação de estudos científicos fora de contexto. Pesquisas de laboratório indicaram que o plasma derivado do fluido menstrual pode favorecer a cicatrização de feridas, com resultados em ambientes controlados.
Em testes experimentais, feridas tratadas com plasma menstrual apresentaram 100% de reparação em 24 horas, enquanto aquelas tratadas com plasma sanguíneo comum tiveram cerca de 40% no mesmo período. A explicação estaria nas proteínas e moléculas bioativas presentes no fluido, responsáveis pela regeneração mensal do útero.
Ainda assim, especialistas fazem questão de diferenciar esses estudos de aplicações caseiras. O uso científico envolve coleta, processamento e esterilização em condições rigorosas de laboratório. Já a aplicação direta do sangue menstrual sobre a pele, sem qualquer controle, expõe o usuário à proliferação bacteriana e a riscos totalmente evitáveis.
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