Dirigíveis renascem em sistema de defesa antimíssil
Apesar de parecerem coisa do passado, os dirigíveis apresentam algumas vantagens em relação à aviação de transporte. Por exemplo, eles consomem muito menos combustível e não necessitam de aeroportos com grande infraestrutura, o que possibilita sua utilização no norte da Rússia, região pouco desenvolvida do país.
Sua ampla superfície permite a disposição de diversas antenas e radares, que podem monitorar o espaço aéreo sobre uma área de milhares de quilômetros. Dessa forma, eles poderão registrar lançamentos de mísseis, sobretudo alinhados com satélites. A baixa velocidade dos dirigíveis, nesse contexto, não representará desvantagem.
A aeronave norte-americana "Aeroscraft"./ Foto: AP
Os EUA também têm voltado seus olhares aos dirigíveis na atualidade. O “Aeroscraft”, por exemplo, em desenvolvimento no país, tem muitas semelhanças com o “Atlant”.
Para os Estados Unidos, a questão é relevante, já que suas unidades militares estão espalhadas pelo mundo afora, inclusive em áreas de difícil acesso onde é difícil construir pistas de decolagem e aterrissagem.
Com o uso de baterias solares, os engenheiros chineses puderam aumentar a carga útil da aeronave. Seu objetivo mais provável é o controle das águas no leste do Oceano Pacífico, que nos últimos anos se transformaram em área de confronto entre o país e seus vizinhos apoiados pelos Estados Unidos.
O "Kretchet", construído na Rússia em 1910, com volume de 6,9 mil metros cúbicos, 70 metros de comprimento e 11 metros de diâmetro. / Foto: arquivo
Houve tempos em que os dirigíveis dominavam os céus e eram amplamente utilizados no setor militar.
Há cem anos, a Rússia figurava entre os líderes mundiais na construção de dirigíveis. Às vésperas da Primeira Guerra Mundial, somente a frota aérea alemã de dirigíveis podia se equiparar à da Rússia.
O fator técnico também desempenhou um papel importante. Após uma série de catástrofes na década de 1930, a produção de dirigíveis começou a decair no mundo todo. A segurança então era realmente um problema, já que as explosões eram recorrentes.
Aleksandr Verchínin é doutor em História e pesquisador sênior do Centro de Análise de Problemas.