Codesal suspeita que fontes de ignição interna causaram incêndio no TCA
Houve danos no teto e no forro; agenda de fevereiro está cancelada
A Defesa Civil de Salvador (Codesal) esteve nas dependências do Teatro Castro Alves (TCA), na manhã desta quinta-feira (26) para realizar uma vistoria no local. No laudo emitido, a Codesal apontou que a provável motivação do incêndio no teto do teatro foi provocada por fontes de ignição interna, a serem ainda determinadas por perícia do Departamento de Polícia Técnica (DPT).
A casa de espetáculos foi atingida por chamas na cobertura em área acima do forro do último pavimento. Elas ficaram restritas a esta área sobre o forro, devido a ação dos sprinklers do sistema de segurança contra fogo e da brigada interna. Mas, além do teto, durante a contenção das chamas, o forro também foi danificado.
O incêndio foi rapidamente controlado pela ação dos bombeiros que criaram um acesso mais próximo às chamas e com auxílio das unidades externas de combate conseguiram debelar o fogo. Segundo a Codesal, a princípio não foram identificados danos estruturais colapsantes, sendo necessárias reavaliações posteriores.
A Defesa Civil notificou a diretoria administrativa do teatro a promover a recuperação do imóvel mediante supervisão de profissional habilitado junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) e Conselho de Arquitetura e Urbanismo, e proceder registro do sinistro em delegacia de Polícia Civil, solicitando perícia técnica.
Ainda na quarta-feira, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) notificou o TCA, convocando o teatro a apresentar o laudo de vistoria técnica do empreendimento. O documento deve ser elaborado conforme a NBR 13.752 vigentes e padrões da ABNT, por profissional habilitado no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) acompanhado de uma via da ART - Anotação de Responsabilidade Técnica.
Suspensão de apresentações
A Secretaria da Cultura do Estado da Bahia (Secult) anunciou, na manhã desta quinta-feira, o cancelamento dos eventos agendados para a Sala Principal do teatro durante o mês de fevereiro. A decisão foi tomada durante reunião do Grupo de Trabalho composto por autoridades, que tem como principal demanda a reparação dos danos sofridos ao equipamento cultural, após o sinistro, e a retomada das atividades na Sala Principal do TCA.
A programação de todo o Complexo do TCA nestes primeiros dias fica suspensa para realização de perícia técnica. Ficam adiadas, assim, as seguintes apresentações: show da cantora Adriana Calcanhotto, que ocorreria nesta sexta-feira (26), na Sala Principal; as sessões da peça “Koanza: do Senegal ao Curuzu” dos dias 27, 28 e 29 de janeiro na Sala do Coro; e o projeto Domingo no TCA, que ocorreria em 29 de janeiro na Sala Principal.
No mês de fevereiro, quando a Sala Principal do TCA permanecerá fechada, os seguintes eventos serão adiados: o espetáculo “O Balé que Você Não Vê”, do Balé Folclórico da Bahia, que ocorreria nos dias 3 e 4 de fevereiro; a entrega do título de Doutor Honoris Causa a Gilberto Gil, pelo Instituto Federal da Bahia (IFBA), que ocorreria em 7 de fevereiro; o espetáculo “Baile Concerto”, da Orquestra Sinfônica da Bahia, que ocorreria nos dias 11 e 12 de fevereiro. Ainda não há nova data prevista para as apresentações,
A Sala do Coro aguardará definição do parecer técnico para determinar se poderá funcionar normalmente em fevereiro. Já a Concha Acústica, por não ter sido afetada, funciona normalmente após a perícia. No entanto, sem agenda prevista para fevereiro, a Concha deverá receber seu próximo evento apenas no dia 5 de março.
O público terá o reembolso dos ingressos adquiridos para os eventos que serão adiados. O TCA informou que as pessoas receberão orientações diretas sobre o assunto.
Recuperação
O trabalho para o restabelecimento do funcionamento da Sala Principal do TCA será realizado por fases. A primeira delas depende da perícia realizada pela Polícia Técnica, que teve início na manhã desta quinta-feira.
Os próximos passos a serem cumpridos depois da conclusão da perícia técnica serão a avaliação da estrutura pela Defesa Civil, para verificar se houveram danos à macroestrutura do teatro, a avaliação do IPAC e do IPHAN, por se tratar de um equipamento tombado, e o dimensionamento da obra e orçamento pela CONDER.
“É um passo a passo a necessário. Somente após a perícia e as conclusões que eles nos derem nós vamos poder falar em prazos. Mas de forma emergencial e com a responsabilidade que a gente precisa ter, estamos cancelando a programação da Sala Principal durante o próximo mês que é certamente o prazo mínimo. Se tivermos alguma adaptação, será posteriormente comunicada”, explica o secretário de cultura, Bruno Monteiro.
*Com orientação da subeditora Fernanda Varela