Noiva de atleta é investigada por racismo após ofender paraibanos
Adriana Borba, que vive relacionamento com lateral do Botafogo-PB, gravou e postou vídeo atacando nordestinos
A Polícia Civil da Paraíba instaurou um inquérito policial na manhã desta quinta-feira (26) para investigar Adriana Borba, noiva do jogador Léo Campos, do Botafogo-PB. Ela é suspeita de cometer atos xenofóbicos contra nordestinos. A catarinense postou vídeos nas redes sociais ofendendo o sotaque, costumes e até o jeito de andar dos paraibanos.
"É muito fofo o sotaque, acho bonitinho, mas chega uma hora que você fica irritada. Sabe aquela pessoa que fica na tua frente: 'oxe, minha filha, olhe esse preço desse aqui ó, devo levar ou não devo? Coisa cara da moléstia'", disse Drica no vídeo, demonstrando deboche.
O inquérito foi aberto pelo delegado Marcelo Falcone, titular da Delegacia Especializada de Crimes Homofóbicos, Raciais e de Intolerância Religiosa de João Pessoa. De acordo com ele, Drica será investigada pelo crime de racismo. A informação é do G1.
Segundo o delegado, a Lei nº 7.716 de 5 de janeiro de 1989, que trata sobre o crime de racismo, foi alterada ao longo dos anos para aumentar a sua abrangência. "O entendimento da lei é bastante claro. Ela elenca as situações de racismo e não trata apenas de questões raciais, mas também de preconceitos contra etnia, religião, orientação sexual e xenofobia", explicou.
De acordo com Falcone, a delegacia especializada vai reunir todas as provas sobre o caso. Em seguida, intimar a suspeita Adriana Borba para prestar depoimento.
O delegado tem o prazo legal de 30 dias para finalizar as investigações - mas Falcone acredita que terminará antes desse prazo. Depois, ele deve encaminhar o caso para o Ministério Público da Paraíba, para que a instituição defina se enviará o inquérito para a justiça.
Se Adriana for condenada, a pena prevista é de multa e de prisão de um a três anos. Mas, de acordo com Falcone, há dois agravantes que poderiam aumentar uma eventual pena: a lei prevê maior rigidez em casos em que o crime é cometido pelas redes sociais e quando o preconceito é cometido de forma jocosa.