Setor de serviços e produção industrial baiana fecham 2022 em alta
Estado teve ainda o melhor resultado anual para a produção industrial em nove anos
O volume do setor de serviços e a produção industrial na Bahia fecharam o ano de 2022 com altas expressivas. No acumulado do ano passado, o volume de serviços prestados na Bahia teve alta de 7,2%, já indústria registrou um crescimento da sua produção (2,4%), algo que não ocorria desde 2018, quando a alta havia sido de 0,8%. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (10).
Em dezembro de 2022, frente ao mês anterior, houve um crescimento de 2,8% no setor de serviços baiano. Nesse confronto, o desempenho dos serviços no estado ficou um pouco abaixo do que no país como um todo (3,1%) e acompanhou alta disseminada por 22 das 27 unidades da Federação.
O resultado positivo em dezembro ajudou o setor de serviços baiano a encerrar o ano passado mantendo-se 2,7% acima do patamar em que operava antes da pandemia da Covid-19, em fevereiro de 2020.
Já a produção industrial, de novembro para dezembro de 2022, descontados os efeitos sazonais, teve um recuo (-0,6%), após ter apresentado alta de 3,6% entre outubro e novembro, segundo a Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF) Regional, do IBGE.
O resultado do estado ficou abaixo do verificado no Brasil como um todo (onde houve estabilidade 0,0%) e foi 1 das 5 quedas registradas, nessa comparação, entre os 15 locais investigados. Com a retração de dezembro, o setor fabril da Bahia encerrou o ano de 2022 num patamar de produção significativamente abaixo do verificado antes da pandemia da Covid-19, mostrando redução de 27,1% frente a fevereiro de 2020.
Na comparação com dezembro de 2021 a produção industrial baiana também apresentou queda relevante (-8,1%), a quarta consecutiva, no confronto com o mesmo mês do ano anterior. O estado teve um recuo bem mais intenso que o nacional (-1,3% no país como um todo) e o 5o maior entre os 15 locais pesquisados, 11 dos quais viram sua produção industrial cair.
Apesar dos resultados negativos no final do ano passado, a indústria da Bahia fechou 2022 com crescimento da sua produção (2,4%). Foi o melhor resultado anual para a produção industrial no estado em nove anos, desde 2013, quando o avanço tinha chegado a 6,7%. O avanço veio, porém, após a queda recorde registrada no ano de 2021 (-13,2%).
Turismo em alta
Entre novembro e dezembro de 2022, o volume das atividades de serviços ligadas ao turismo na Bahia cresceu 0,7%, na série com ajuste sazonal. Apesar de positivo, o resultado ficou bem abaixo do nacional (4,1%) e foi o menor avanço entre os 12 estados onde esse grupo é investigado separadamente - acima apenas da queda verificada no Rio Grande do Sul (-3,7%).
No acumulado de todos os meses de 2022, frente a 2021, o turismo baiano fechou o ano passado com um crescimento de 23,4%, o segundo melhor resultado da série histórica, iniciada em 2012, só perdendo para o recorde de 2021 (47,5%).
Todos os 12 estados onde as atividades de serviço ligadas ao turismo são pesquisadas separadamente mostraram crescimento do volume no acumulado em 2022, frente ao ano anterior. A Bahia ficou na 8a colocação. No país como um todo, o turismo avançou 29,9% em 2022.
Setores da indústria
Em 2022 a alta na produção industrial na Bahia (2,4%) foi restrita à indústria de transformação (3,4%), uma vez que a extrativa teve queda (-13,4%). Mesmo na transformação, o avanço se concentrou em 4 dos 11 segmentos pesquisados separadamente no estado.
A contribuição mais relevante para o resultado geral positivo da indústria baiana, no ano passado, veio da fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, atividade que teve o segundo maior crescimento de produção (21,6%) e é a de maior peso na estrutura do setor industrial no estado. O desempenho do segmento, em 2022, foi o melhor em 12 anos, desde 2010, quando havia avançado 22,6%.
Mas a maior taxa de crescimento acumulado em 2022 ficou com a fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (61,9%), segundo resultado positivo consecutivo (havia crescido 19,5% em 2021) e um recorde nos nove anos de série histórica para essa atividade (iniciada em 2013).
Por outro lado, dentre os sete segmentos da indústria de transformação em queda, a metalurgia (-37,3%) teve o maior recuo e um recorde negativo nos 19 anos de série histórica da atividade (iniciada em 2003), exercendo, assim, a principal influência negativa no resultado geral da indústria baiana, em 2022. Foi o terceiro ano seguido de queda na produção metalúrgica.