Coach que ameaçou matar atriz após piada cobra R$ 2,5 mil por consulta
Atriz registra BO após coach que viralizou com falas misóginas dizer que vai matá-la. Depois das ameaças, Thiago Schutz telefonou para a vítima insistentemente e se irritou porque ela não atendeu as ligações. Livia comentou: “O curioso caso do macho que ameaça uma mulher de morte e não sabe porque ela não quer atender uma ligação”
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A atriz Livia La Gatto publicou um vídeo nas redes sociais em que satiriza homens que se apoiam em discursos de ódio. Mesmo sem citar nome algum, uma das imitações se referia ao coach Thiago Schutz, que viralizou nas redes com falas misóginas. Após ver o post, o homem perdeu a linha e ameaçou Livia de morte.
“Você tem 24 horas para retirar seu conteúdo sobre mim. Depois disso é processo ou bala. Você escolhe”, diz uma mensagem, que foi exposta nos Stories por Lívia. Na sequência, o influencer liga para a atriz diversas vezes: “Ué, tu não fala o que quer? Vamos trocar ideia oras. Estou ligando suave”, escreveu Schutz.
No Instagram, Lívia comentou a situação. “O curioso caso do macho que ameaça uma mulher de morte e não sabe porque ela não quer atender uma ligação”, escreveu a atriz. A advogada de Lívia revelou que uma medida protetiva foi pedida em nome da atriz.
Consulta por R$ 2,5 mil
Thiago Schutz ficou conhecido nos últimos anos como dono da página “Manual Red Pill”, em que “ajuda” homens que buscam reafirmar a suposta superioridade masculina, criando uma grande lista de exigências para uma mulher ideal.
Depois de estudar publicidade e engenharia, o coach decidiu investir nas mentorias em que soluciona os “problemas de relacionamento e masculinidade” de seus clientes. Com mais de 300 mil seguidores no Instagram, ele chega a cobrar R$ 2,5 mil pelas consultas, dependendo do nível de exclusividade buscado pelo seguidor.
Schutz saiu de sua bolha nas últimas semanas, depois de participar de um podcast. Um corte da conversa, que viralizou nas redes, mostra o coach falando de uma situação em que uma mulher hipotética oferece uma cerveja a um homem tomando Campari.
O exemplo de reafirmação masculina virou piada fora da bolha “red pill”. “Ah, mas se eu pegar uma breja você não toma comigo? Eu não tomo, entendeu? A mulher tem muito isso de querer mudar o cara, tentar colocar o cara debaixo dela, mas não é maldade, é um teste realmente. ‘Deixa eu ver o quanto esse cara segura a opinião dele, será que ele vai pegar a breja só para me agradar?’. (…) O cara exercita isso e vira um cara mais autêntico, mais original”, afirmou.
“Redpillados”
Hoje, pílulas vermelhas e azuis, da trilogia Matrix, fazem parte do vocabulário da direita e da extrema-direita em todo o mundo. “Red pill” é termo onipresente em grupos masculinistas.
No filme, o protagonista Neo (vivido por Keanu Reeves) ganha duas pílulas e tem de escolher qual tomar: a azul, que lhe permite seguir vivendo em um mundo de ilusões; ou a vermelha, para adquirir consciência sobre a realidade que o cerca.
No vocabulário masculinista, os “red pills” seriam homens que se opõem ao “sistema que favorece as mulheres”, por terem alcançado um conhecimento privilegiado sobre isso. Já os “blue pills” continuariam vivendo em ilusão e, portanto, seriam usados pelas mulheres.
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