Retirada da acusação de estupro não enfraquece caso Lucas Terra, diz promotor
Corpo foi carbonizado e não foram encontradas provas da violência sexual
Durante o recesso do júri popular do caso Lucas Torres, o promotor Davi Gallo afirmou que a retirada da acusação de estupro do processo por falta de provas capazes de confirmar a tese, uma vez que o corpo de Lucas foi carbonizado, não compromete a tese da acusação, que busca a condenação de Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda pelo envolvimento no assassinado do adolescente de 14 anos.
"A retirada da acusação de estupro não enfraquece a tese da acusação. Pelo contrário, fortalece, porque isso denota o instinto assassino e a experiência criminosa. Quando eles incineram o corpo do menino, é para apagar qualquer vestígio de estupro, como sêmen, cabelo ou qualquer coisa que pudesse incriminar algum deles através de um exame de DNA. Isso só fortalece a tese de que eles são assassinos", afirmou.
O promotor demonstrou estar satisfeito pelo depoimento de Martoni de Oliveira Costa e Tatiana Santos Dores, as duas testemunhas ouvidas durante a manhã. Ele ressaltou que, por mais que a defesa tenha tentado buscar contradição em seus discursos, os dois ouvidos perante o júri mantiveram a coerência. "Me deixou muito feliz que nenhuma das duas caíram em contradição. Eles responderam a mesma pergunta feita por ele cinco vezes da mesma maneira".
Ainda segundo Davi Gallo, a defesa já utilizou todos os recursos possíveis e, por isso, ele não teme outro recurso com o intuito de anular o júri. "Eles perderam todos os recursos que interpuseram. Só tem mais um, o último, que é o de apelação e que com certeza o Tribunal de Justiça vai manter porque eles vão sair daqui condenados", disse.
O júri continua acontecendo no Tribunal do Júri do Fórum Ruy Barbosa. Até às 17h20, mais duas testemunhas de acusação foram ouvidas. No momento, Luciano Miranda de Souza, obreiro que acompanhou Lucas Terra e Silvio Galiza até o ponto de ônibus na noite do crime, está sendo ouvido no tribunal.