ONU precisa voltar a ter representatividade, ter força política, diz Lula em cúpula global
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Se a gente não mudar as instituições, o mundo vai continuar o mesmo. Quem é rico vai continuar rico e quem é pobre vai continuar pobre. E eu falo isso com pesar, disse Lula
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247 - Em seu discurso na Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, que reúne chefes de Estado de todo o mundo em Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não poupou nem a Organização das Nações Unidas (ONU). Ao falar da preservação da Amazônia e da situação dos pobres no mundo, Lula afirmou que o órgão “precisa voltar a ter representatividade”.“Não podemos deixar as instituições funcionando de maneira equivocada. No conselho de segurança da ONU, os estados-membros não representam mais o mundo de 2023. A ONU precisa voltar a ter representatividade, ter força política. Se nós não mudarmos essas instituições, a questão climática vira uma brincadeira”, afirmou Lula na manhã desta sexta-feira (23), para líderes do mundo inteiro.Essa não foi a primeira vez que o presidente brasileiro volta seu discurso contra a ONU. No G7, no Japão, em maio, Lula pediu uma reforma no Conselho de Segurança da ONU. Em abril, em visita à Espanha, o mandatário criticou o papel do órgão na resolução do conflito entre Rússia e Ucrânia.Na opinião de Lula, falta a prática dos compromissos feitos entre nações, o que demonstra a falta de força da ONU. “Vamos ser francos. Quem é que cumpriu o Protocolo de Kyoto? A Cop15 em Copenhagen? O acordo de paris? Não se cumpre porque não tem uma governança mundial com força para decidir as coisas e a gente cumprir”, disparou Lula. “Se cada um de nós sairmos da COP e voltarmos para aprovar as coisas dentro do nosso Estado Nacional, não vamos aprovar. Se a gente não mudar as instituições, o mundo vai continuar o mesmo. Quem é rico vai continuar rico e quem é pobre vai continuar pobre. E eu falo isso com pesar”, continuou.Lula também estendeu as críticas às instituições financeiras mundiais, especificamente ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que, segundo ele, deixam “muito a desejar naquilo que o mundo aspira” deles. “Muitas vezes, os bancos emprestam dinheiro e esse dinheiro emprestado é o resultado da falência do Estado”, apontou.“Da forma mais irresponsável do mundo, o FMI emprestou US$ 44 bilhões para um senhor que era presidente [referindo-se ao ex-presidente argentino Mauricio Macri]. Não se sabe o que ele fez com o dinheiro e a Argentina está hoje em uma situação muito difícil porque não tem dólar para pagar o FMI”, afirmou. Lula vai se reunir com Alberto Fernandez, atual presidente argentino, na segunda-feira (26), em Brasília. Será o quinto encontro entre os dois desde janeiro e, mais uma vez, o assunto deve ser a crise financeira vivida pelo país vizinho.