55ºC em MS? Calor “absurdo” existe, mas só no termômetro

Foto de termômetro instalado em Corumbá marcando 55ºC circulou na tarde desta segunda-feira (25) e casou espanto. O registro da temperatura “absurda” é possível, mas não significa que a cidade enfrentou tamanho calor. O medidor fica em calçada de concreto em frente ao Complexo Poliesportivo José de Souza Damy, no Bairro Cristo Redentor, longe de qualquer sombra. Segundo o engenheiro de Segurança do Trabalho, Sanitarista e de Meio Ambiente, Albertoni Martins, a localização do sensor de temperatura influencia em quantos graus ele registrará. “O concreto e o asfalto absorvem e emitem ondas de calor, o que faz aumentar a temperatura”. De acordo com o meteorologista Natálio Abrahão, “só em Dubai”, cidade nos Emirados Árabes com clima desértico, seria possível fazer 55ºC. “Nem em teoria, muito menos na prática, nem no deserto da Argentina. Isso é temperatura em Dubai”, explicou à reportagem quando questionado se seria possível fazer a temperatura em Mato Grosso do Sul. Abrahão admite, porém, que o termômetro pode ter marcado a temperatura, mas é preciso ponderar alguns fatores. “Esses termômetros têm peças de plástico e estão perto do solo. Além disso, a cor preta aumenta muito a temperatura”. O Campo Grande News  também apurou que realmente o sensor do termômetro em Corumbá fica próximo do chão e capta, portanto, a temperatura do concreto. Já entrou no carro que ficou estacionado no sol e viu o termômetro marcando altíssimas temperaturas? É quase a mesma coisa. Segundo o engenheiro, os sensores dos veículos medem a temperatura externa, mas como estão instalados perto da lataria, material que absorve muito calor, marcam graus acima do que é sentido no ambiente.  Nesta semana, em Campo Grande, leitores registraram até 44ºC nos termômetros do veículo, embora a Capital não tenha chegado a enfrentar calor de 40ºC. Corumbá, uma das cidades mais quentes do Estado, registrou máxima de quase 41ºC hoje. Às 14h, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), fez 40,9ºC, mas a sensação térmica, segundo Abrahão, foi de 44ºC. Albertoni afirma, porém, que já chegou a registrar 53ºC quando trabalhou nas mineradoras da “Cidade Branca”. “Nas minhas avaliações de temperatura na beira do rio, cheguei a capitar mais de 50ºC com equipamento de alta tecnologia, medidor digital, e não era incomum”. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News .  (*) Com a colaboração do Diário Corumbaense.