Confinados na Cisjordânia, brasileiros e palestinos fazem relatos de restrições e humilhação: nossos telefones foram hackeados”
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Cidadãos brasileiros na Cisjordânia enfrentam humilhações diárias e temem perseguições em meio ao conflito com Gaza
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247 - Em meio ao conflito em curso entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, os palestinos brasileiros que residem na Cisjordânia compartilham histórias de confinamento e humilhação, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo . Desde o início dos combates, imposta pelo Estado de Israel, esses cidadãos foram proibidos de deixar suas cidades, vivendo sob bloqueios rigorosos. Em tempos de paz, já enfrentavam dificuldades para se locomover, passando por checkpoints onde eram revistados e interrogados, destaca a reportagem. Contudo, agora, até mesmo essa movimentação foi interrompida.Confinados em áreas determinadas por Israel, eles enfrentam constantemente o ensurdecedor som dos aviões de guerra israelenses que sobrevoam suas casas, transportando bombas que serão lançadas a poucos quilômetros dali, na Faixa de Gaza. Muitos deles têm laços familiares e amizades na região, tornando o conflito ainda mais pessoal e angustiante.Ao contrário dos brasileiros que estavam em Israel durante o conflito, os residentes da Cisjordânia hesitam em falar publicamente, temendo uma possível perseguição por parte das autoridades israelenses. Alguns que ousaram compartilhar suas experiências tiveram seus celulares hackeados, uma realidade que foi relatada à diplomacia brasileira, embora com poucas perspectivas de solução.Ainda de acordo com a reportagem, após intensas negociações, foi possível ouvir o relato de uma brasileira palestina que vive em Ramallah, na Cisjordânia, há quase três décadas. Identificada apenas como H.F. por questões de segurança, ela expressou seu receio de ser perseguida devido à sua franqueza. "Estamos confinados. É uma punição coletiva, como se merecêssemos um castigo", lamentou ela.H.F. compartilhou seu horror ao ouvir o estrondo dos F-16, os aviões de guerra mais avançados do mundo, dirigindo-se a Gaza para atacar indiscriminadamente mulheres, crianças e idosos. Hospitais, escolas e casas não são poupados, criando um cenário de devastação sem precedentes. Enquanto o conflito se prolonga, os sentimentos de indignação e revolta fortalecem o Hamas, enquanto os palestinos na Cisjordânia permanecem presos em meio a uma realidade cada vez mais precária.