Pedir carro por aplicativo para ir aos lugares já se tornou trivial, mas compartilhar o percurso e apresentar as tecnologias de um veículo totalmente elétrico deu um "up grade" à profissão de motorista para Ermínio Peixoto, de 54 anos. Adepto da energia solar em casa, há três meses ele realizou o desejo de ter um transporte não poluente e a experiência estabeleceu uma meta: nunca mais voltar para um automóvel a combustão. Ao Campo Grande News , ele diz que sempre foi muito antenado às tecnologias, tanto que é formado em Análises de Sistemas. Investiu em painéis solares na residência a ponto de ter "energia de sobra", mas foi em 2019, em Amsterdã, que foi impactado com a tecnologia agregada ao consumo livre de poluentes. "Fiquei impressionado que no aeroporto todos os carros de aplicativos, de táxis e os ônibus que passavam, todos eles elétricos. E aquilo me chamou muito a atenção! Até falei 'nossa, como esse país é evoluído', nunca imaginava que viria tão rápido para o Brasil. Quando chegou, eu já comecei as pesquisas e comprei. Por não ter gasto algum, nem na produção da minha casa, resolvi rodar com o aplicativo e está sendo incrível", disse. O modelo escolhido por ele é um Dolphin, da montadora chinesa BYD. Com design que remete a um golfinho, precisa de tempo de carga de cinco horas, o que permite rodar por 400 km. "A pessoa entra no carro e o primeiro impacto é o silêncio. Você não percebe que ele está ligado! Além da maciez. Então o passageiro entra, já percebe isso e começa a especular. Ele não tem câmbio, ele não tem radiador, ele não tem motor para trocar óleo, com isso, não têm custo com peças A revisão dele a cada 20 mil km, onde troca só o filtro de ar condicionado e pastilhas de freio", detalha o motorista. Ermínio é otimista e aposta que os carros elétricos são o futuro, mas ainda acredita que falta investimento para que a tecnologia seja mais consumida pelas pessoas. Ele lembra que está parada na Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda de Mato Grosso do Sul) proposta de decreto que reduz em 70% a base de cálculo do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) para carros híbridos e elétricos. "Acho que o poder público tem que investir mais em carregadores, propor mais estrutura para que mais pessoas consigam investir em carros elétricos, porque os preços estão baixando. Tendo estrutura e todo mundo sai ganhando com isso, principalmente a natureza. É preciso facilitar a aquisição de automóveis que não produzem carbono. Não adianta nada plantar árvores e continuar poluindo", defende. A Sefaz admite a demora, mas garante que está em estudo a inserção do desconto na lei de 1997, que definiu regras para cobrança do IPVA. Nos cálculos de Ermínio, por "produzir" o combustível na própria casa, a economia em 10 mil quilômetros rodados chega a R$ 5,7 mil. Há locais em Campo Grande que cobram menos de R$ 2 por quilowatts, com carregamentos rápidos, sendo que o automóvel precisa de 40, ou seja, com menos de R$ 80 é possível "encher o tanque". "Minha esposa ainda tem um carro a combustão, é até novo, mas já disse para ela que vamos trocar por outro elétrico. Depois que você conhece a economia e tecnologias dos elétricos, nunca mais volta para um de combustível", conclui. Um estudo divulgado pela revista Quatro Rodas, mostra que veículos de aplicativos elétricos são mais lucrativos para os trabalhadores. A pesquisa, feita pela Mobilidade Sustentável e em parceria com empresas de locação de carros, mostrou que o uso de um elétrico pode economizar 80% em relação ao que usa um carro a combustão. Feito entre abril de 2022 e fevereiro de 2023, foi considerado mais de 550 mil quilômetros rodados por motoristas parceiros em modelos elétricos e híbridos. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .