“Quero colocar Manoel no palco que ele merece”, introduz o artista plástico Ique Woitschach, responsável pela criação e revitalização do monumento ao poeta Manoel de Barros. Ao lado dele, outros quatro profissionais vieram de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro para devolver o pé esquerdo do escritor e revitalizar a peça que sofreu com vândalos e ação do tempo. Contratado pelo Governo do Estado por R$ 75.600 mil, Ique inicia amanhã (12) o trabalho prático após fazer mais uma checagem nesta segunda-feira. Agora, Manoel também será iluminado com planejamento e execução usados em teatro. Todo o processo será executado no local em que a estátua está fixada até quinta-feira (14), das 9h às 18h. Por isso, quem passar pela avenida poderá ver o trabalho em ação, mas Ique alerta que é necessário manter distância devido aos resíduos do cobre. Comparando a cena encontrada em 2021, quando veio a Campo Grande para analisar a peça, Ique explica que não há muitas mudanças. Eu fiz uma avaliação para a nova modelagem do pé, fundição e agora temos de novidade que o pé recebeu um tubo de aço que será soldado na parte de dentro da perna. Vamos abrir aqui (no joelho) e será soldado na parte de cima. Depois, será fechado novamente para receber o acabamento e os retoques artísticos, explica o artista. O tubo de aço é uma estratégia para que o pé não seja mais retirado, de acordo com Ique. Além disso, o óculos também receberá atenção especial, já que foi entortado quase inteiramente. Além dessas duas peças isoladas, a estátua completa será revitalizada tanto por ter sido prejudicada por vândalos (com aparentes golpes na cabeça, por exemplo) quanto pela ação do tempo e falta de manutenção. “Ele também vai receber uma nova pátina (composto químico aplicado na superfície de um metal) e uma nova cera. Como vamos precisar soldar algumas partes, ele também vai precisar de uma limpeza com produto específico”, comenta Ique. O projeto contratado pelo Governo do Estado também inclui a iluminação da homenagem a Manoel. Para essa parte, o artista contratou um profissional especializado em iluminação cênica. Agora, Manoel terá dois canhões de luz e um backlight, como relata o artista. “Além da iluminação diminuir a vontade de vandalizar, ela vai valorizar a obra e mostrar que ela é uma peça importante que faz parte da cultura da cidade e do Estado”. Observando o trabalho a ser feito, Ique defende que Manoel deve ser melhor tratado tanto pela população quanto pelo Poder Público. Para a gerente de patrimônio histórico e cultural da Fundação de Cultura de MS, Melly Sena, a restauração é uma vitória para a memória municipal e estadual. Restaurar a escultura em homenagem ao Manoel é algo importante para nós enquanto patrimônio estadual porque ele é nosso ícone literário e uma das figuras mais proeminentes do cenário nacional, ele nos representa. Findados os trâmites burocráticos que existem, é uma alegria ter esse momento que a sociedade esperava, diz Melly. E, sobre a segurança do espaço, ela relatou que a estratégia ainda está sendo traçada, mas o foco deve ser em câmeras. Os indícios de que o trabalho começaria a ser feito chegaram no sábado (9) com a presença de uma tenda sobre o monumento. No dia seguinte, Ique visitou o local e explicou que o processo começaria hoje. Foi necessário trazer moldes das peças retiradas, como o pé esquerdo e o óculos, do Rio de Janeiro. Além da revitalização, a estátua também receberá iluminação. Conforme divulgado no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul, o contrato com o artista é de R$ 75.600, o que representa 32% do valor aplicado em 2017 para a peça completa (R$ 232 mil). Assinado em 21 de novembro de 2023, o prazo para execução do trabalho é de seis meses a partir da assinatura e pagamento da primeira parcela. Histórico sofrido A estátua de Manoel amanheceu sem um dos pés no dia 19 de abril de 2021 e desde então as discussões sobre a restauração iniciaram. Em junho, Ique veio a Campo Grande, visitou a estátua e constatou que diversos pontos precisam de atenção. “Tem muita coisa para fazer. O óculos dele está muito torto e ele recebeu muita marretada no rosto. Então vou ter que remodelar a peça, fundir novamente esse pedaço (o pé) e trazer pronto aqui para soldar”, relatou o artista na época. Segundo Ique, a peça feita em bronze pesa cerca de 400 quilos e foi montada inicialmente em 2017. A estátua foi uma homenagem aos 101 anos do nascimento de Manoel de Barros. Além dos atos de vandalismo, ela também já sofreu com o transporte inadequado e passou por uma revitalização antes de ser instalada em Campo Grande. Quase três anos após a perda do pé, os indícios de que o trabalho começaria a ser feito chegaram no sábado (9) com a presença de uma tenda sobre o monumento. No dia seguinte, Ique visitou o local e explicou que a restauração começaria hoje. Foi necessário trazer moldes das peças retiradas, como o pé esquerdo e o óculos, do Rio de Janeiro. Além da revitalização, a estátua também receberá iluminação. Conforme divulgado no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul, o contrato com o artista é de R$ 75.600, o que representa 32% do valor aplicado em 2017 para a peça completa (R$ 232 mil). Assinado em 21 de novembro de 2023, o prazo para execução do trabalho é de seis meses a partir da assinatura e pagamento da primeira parcela. Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial , Facebook e Twitter . Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui) . Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News .